sexta-feira, 4 de março de 2011

Brincamos ou quê?

"Moro...
Num país tropical,
Abençoado por Deus
E bonito por natureza,
Mas que beleza!
Em Fevereiro (em Fevereiro)
Tem Carnaval ( tem Carnaval) (...)"
Jorge Ben Jor


E ele sai novamente à rua, desta vez em Março para quebrar a tradição. Fevereiro, que tem fama de folião, este ano passou o testemunho ao mês seguinte. Como se não bastasse ser o mês mais pequeno do ano ainda lhe espetam com uma ponte. Não pode ser sempre o mesmo a contribuir para a baixa produtividade do país! 
Escolas por todo o país deram hoje início às festividades daquilo que vai ser um fim-de-semana prolongado com cheirinho a férias. Para alguns! Existe uma "grande minoria" (ou uma "pequena maioria", se preferirem) que vai ter de continuar a gozar o Carnaval nacional no seu posto de trabalho. Tudo igual, só não saem à rua mascarados.
Originalmente, o Carnaval eram três dias de festas populares marcados por excessos (de comida, de bebida e outros prazeres) que antecediam o período da Quaresma (período de jejum, sacrifícios e privações). Mais ou menos o equivalente ao início das dietas: "Deixa-me cá encher o bandulho hoje porque amanhã começo a minha dieta".
Actualmente,  estes excessos acontecem todo o ano e a palavra Quaresma significa que, à Sexta-feira, em vez de só um prato de peixe temos opção entre dois pratos de peixe na diária do restaurante.
Os Carnavais são outros, muito bum bum à mostra, muito samba no pé (ou próximo disso, à boa maneira portuguesa) e, se o tempo ajudar, filas intermináveis à procura de um lugarzinho para poder abandonar a viatura e ir ver meninas semi despidas com pele de galinha a largarem plumas em algumas cidades deste nosso Portugal. 
Permanece aquilo que é importante:  a alegria de uma criança que coloca as asas de borboleta e voa no mundo da fantasia.
É pelas crianças e pelas suas memórias que vale a pena continuar a brincar ao Carnaval.

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